Até a eclosão e aprofundamento da atual crise financeira, os investimentos em ciência, tecnologia e inovações se beneficiaram de um cenário macroeconômico bastante favorável, como mostra o relatório Science, Tecnology and Industry Outlook 2008, divulgado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Refletindo o forte incremento das atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em algumas economias em desenvolvimento, sobretudo na China, houve importante alteração na distribuição mundial dos gastos onde, os países em desenvolvimento, ampliaram sua participação nas atividades globais de P&D para 18,4% no mesmo período. A China tem como meta, considerada ambiciosa pelos pesquisadores da OCDE, elevar a intensidade do P&D a 2,0% do PIB em 2010 e acima de 2,5% em 2020.
De acordo com o relatório da OCDE, o indicador mais utilizado para auferir o desempenho das inovações é o número de empresas que realizaram atividades inovadoras, ou seja, atividades relacionadas à introdução no mercado de um novo produto ou à realização de aperfeiçoamento significativo em produto, serviço ou processo. Na União Européia, por exemplo, 42% das empresas declararam que realizaram algum tipo de inovação no período 2002-2004.
No Brasil, a intensidade do P&D de 1,02% em 2006 é muito baixa em comparação com a média da OCDE. Os pesos dos investimentos públicos e privados em P&D são similares, com os investimentos privados correspondendo a 0,49% do PIB.
O principal desafio do Brasil na área de ciência e inovação reside na qualificação dos recursos humanos. Em 2006, havia no país apenas 1,48 pesquisador a cada mil trabalhadores ocupados e somente 10,7% de graduados em ciência e engenharia.
A última pesquisa de inovação realizada no Brasil revela que um terço das empresas com mais de dez empregados realizaram algum tipo de atividade inovadora entre 2003 e 2005 e que apenas um quinto produziu inovação.
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