Tecnologia brasileira transforma íons de terras raras em materiais luminosos

Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da USP estão transformando íons de terras raras – elementos da natureza difíceis de serem isolados – em materiais altamente luminescentes, usados como marcadores óticos em exames médicos e na confecção de dispositivos moleculares emissores de luz. O trabalho desenvolvido é importante porque oferece uma nova tecnologia para a criação de marcadores, que auxiliam também na conservação de alimentos congelados, medicamentos e vacinas.

"O elemento menos abundante dessa categoria, o Túlio, é mais comum na natureza do que o ouro, a prata e a platina", explicou o professor Hermi Felinto de Brito, coordenador da pesquisa. Basicamente, o processo de transformação ocorre da seguinte forma: os íons de terras raras são submetidos à radiação ultravioleta, emitindo, assim, luzes de cores variadas como a vermelha (európio trivalente), azul (túlio trivalente) e verde (térbio trivalente).

O marcador ótico em estudo armazena energia quando irradiado a baixa temperatura e realiza a emissão nos momentos de aumento de temperatura. "Em embalagens de alimentos congelados, por exemplo, o marcador seria colocado em uma etiqueta lacrada", exemplificou Roberval Stefani, pós-doutorando do IQ e participante do projeto. "Se o produto for descongelado no armazenamento, a energia irá se dissipar e a etiqueta com o marcador perderá a luminescência, o que poderá ser visualizado pelo consumidor ao abrir o lacre", completou.

Geralmente, os marcadores óticos são desenvolvidos para auxiliarem a indústria alimentícia e de medicamentos, mas eles também podem ser usados para a sinalização de emergência (hospitais, laboratórios, edifícios), de trânsito e tintas fosforescentes. Atualmente, compostos de terras raras vêm sendo empregados em dispositivos luminosos, como lâmpadas fluorescentes, dispositivos orgânicos emissores de luz (OLED) e monitores de computador. Até mesmo uma empresa do setor de impressão já manifestou interesse em receber a tecnologia em seus processos produtivos.

O Brasil é o sétimo produtor mundial de terras raras, que são abundantes nas areias do litoral do Sudeste e do Nordeste, além da região do Planalto Central, em Goiás.

FONTE : EcoD
FOTO: Abrilon

Faca Parte do EcoD

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Visite também: