Instituto de Química da UFBA será reestruturado


A reposição dos equipamentos tecnológicos do Instituto de Química (IQ) da UFBA, que foram perdidos no incêndio está garantida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. O ministro Sérgio Rezende esteve no instituto e afirmou que, apesar da crise econômica, o ministério não está com dificuldade. “Nos últimos anos, recebemos aumento das verbas para esta área e falta de dinheiro não vai ser o problema”, disse.

O valor dos investimentos necessários para recuperação ainda não foi definido, mas os equipamentos utilizados para os experimentos são caros, muitos importados, chegando a custar até US$ 100 mil como o Asap, utilizado na caracterização de catalisadores. O reitor Naomar Almeida, o diretor do IQ, Dirceu Martins, e o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira, acompanharam a visita do ministro. 

Sérgio Rezende também anunciou a implantação emergencial de um programa de intercâmbio dos alunos das instituições brasileiras (uma espécie de bolsa sanduíche no Brasil). Com o programa, as pesquisas não ficarão paradas por muito tempo. 

Nesta terça, os professores do Departamento de Físico-Química – atingido pelo fogo – se reuniram e listaram as perdas para entregar relatório à Polícia Federal e ministérios. A direção do departamento estima uma média de cem equipamentos danificados

Cerca de 15 a 20 projetos de pesquisa estavam em andamento nos dez laboratórios situados no 5º andar. Entre eles, há pesquisas de ponta como o desenvolvimento de materiais para célula combustível (produção de energia limpa) do professor Jaime Boaventura. A professora Maria do Carmo produz catalisadores para produção de hidrogênio. Já Nádia Mamede atuava com projetos de incorporação de resíduos de fibras vegetais nos polímeros para uso na construção civil, etc. 

O ministro se comprometeu com os professores em buscar apoio financeiro com empresas interessadas no conhecimento científico desenvolvido, a exemplo da Petrobras, e com as agências de fomento. “Estamos juntos nessa, não tenho dúvida que não vai faltar apoio. Perdeu-se o material de trabalho, mas mantemos o conhecimento adquirido”, afirmou o ministro.

Perícia – A perícia da Polícia Federal no instituto continuará assim que o escoramento, previsto para ontem, for finalizado e cilindros de gases retirados. A reforma do prédio, segundo o reitor Naomar, vai valorizar todas as condições de segurança exigidas. O reitor reconhece que o prédio do IQ, construído há quase 40 anos, apresenta deficiência no cumprimento de exigências de segurança.

O diretor do IQ, Dirceu Martins, afirmou que a direção da escola não tem controle sobre o crescimento da rede elétrica no prédio , possível causa do início do incêndio. O especialista em sistema elétricos de potência, coordenador do Departamento de Engenharia Elétrica da UFBA, Fernando Augusto Moreira, afirmou que sempre há risco associado à falta de controle constante da carga de energia nos departamentos. “O excesso de temperatura no cabo pode romper a parte de isolação do fio, que, ao encostar em área metálica, provoca curto-circuito”, destacou.


FONTE : JORNAL A TARDE

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