Universidades NÃO se importam com o Mercado

O padre Jesus Hortal, reitor da PUC-Rio, afirmou que as universidades brasileiras não se preocupam em transformar suas pesquisas em produtos e patentes

O acadêmico fez o alerta durante o lançamento do Innoversia, o portal de inovação do Universia. Essa postura das universidades foi o assunto central do painel "Inovação: como fomentar a relação universidade-empresa". 
"As universidades sempre produziram pesquisa, mas sem se preocupar com produto ou patente", resumiu Hortal.

Podemos ratificar esta afirmativa  através de números já mostrados no SERGIPE INOVA :

  • O Brasil ocupa a 15° posição mundial de indexação de artigos em publicações acadêmicas. No entanto, isso não se reflete em inovação tecnológica efetiva;

  • Brasil apresenta-se com uma das mais baixas taxas de lançamento de produtos novos (desconhecidos para o consumidor) e de uso de tecnologias disponíveis há menos de um ano no mercado;

  • Tanto em relação ao uso de novas tecnologias como em relação ao conhecimento dos produtos por parte dos consumidores potenciais dos empreendimentos iniciais e estabelecidos, o Brasil quase desaparece frente a concorrentes da América Latina e do BRIS. Essa é uma situação preocupante em economias baseadas em conhecimentos e em um mercado globalizado, em que a competitividade depende claramente da capacidade de inovação dos empreendimentos frente a seus concorrentes no mercado internacional;

  • Em uma lista de 43 países, considerando os empreendimentos iniciais (até três anos e meio no mercado), o Brasil ocupa o 42º lugar no ranking de inovação nas empresas;

  • Somente 3,3% dos empreendimentos já estabelecidos no Brasil afirmam que seus produtos podem ser considerados novos para os clientes;

  • O Brasil também apresenta baixa proporção de uso de tecnologias novas: 1,7% dos empreendimentos iniciais e 0,7% dos estabelecidos usam tecnologias disponíveis há menos de um ano. No caso de uso de novas tecnologias, o Chile atinge 33%. Nos países do Bris, a Índia apresenta uma proporção de 28% e a África do Sul tem 25% de empreendimentos que usam tecnologias novas
No mesmo evento a especialista em recursos humanos da Vale, Dayse Gomes, criticou a falta de alinhamento entre o que é oferecido pelas IES (Instituições de Ensino Superior) e as demandas de mercado. "Se a articulação entre empresas e universidades não existir, vamos continuar a formar profissionais para mercados que não existem".

"Falando não apenas de inovação tecnológica, mas nas relações também. É o momento de pensar em novas soluções, pois são os indivíduos - e não as empresas - que fazem a inovação"

O Professor Dr. Jorge Audy, pró-reitor de pesquisa e graduação da PUC-RS,  destaca:

"Quando conseguirmos ter a sensibilidade do mercado dentro dos laboratórios, as distâncias entre a pesquisa e a inovação serão reduzidas"

Prefiro ir além do foco da notícia. Acredito que ações práticas para a reversão deste quadro não perpassam apenas pelas Universidades : afinal, elas não são o único berço do processo inovativo.

A criação de uma cultura de inovação deve incluir, na minha ótica, práticas já em escolas de ensino fundamental, através das já extintas feiras de ciências, no ensino médio e profissionalizante, onde o tema raramente é abordado ou onde estruturas curriculares não mais condizem com a realidade e no empresariado brasileiro, principalmente das MPE´s, que não possui preocupação como o novo.

Sergipe

Mesmo considerando que o registro de patentes, por si só, não implica em ações de inovação, já que nosso país ainda não possui uma cultura enraigada na proteção de sua propriedade intelectual, somos obrigados a usá-la para fins de  dados comparativos.

Em Sergipe, durante todo o ano de 2007, foram solicitados ao INPI, Instituto Nacional da Propriedade Industrial, 10 pedidos de patentes,  São Paulo solicitou 2.997 pedidos, enquanto a empresa IBM, sozinhacom o número recorde de 4.186 pedidos nos Estados Unidos.  



Referências : Portal UNIVERSIA ,
                        INPI



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